quinta-feira, 25 de março de 2010

SEU ZÉ PILINTRA, O FORASTEIRO CAMARADA













Salve a malandagem
Na medida em que o Catimbó entra na área urbana, território típico da Umbanda, ou mesmo a Umbanda vai para o interior estas duas práticas tem que se encontrar.
É neste momento que certamente Zé Pelintra entra para o Catimbó.Isto certamente ocorre nos centros onde pessoas de Umbanda também trabalham com mestres e provavelmente já eram de Umbanda e absorvem o Catimbó em um
movimento muito típico da Umbanda que absorve várias Religiões e Culturas.
No Catimbó ele é Mestre, e por ser uma entidade diferente das que são cultuadas na Umbanda, ele não trabalha numa linha específica, porém, sua participação mais ativa seria na gira de baianos e, em alguns casos, na linha da esquerda, como exú. Sua principal marca é ser um espírito “boêmio”, “malandro” e brincalhão e, mesmo assim, trabalha com muita responsabilidade. Seu Zé cobra muito de seus médiuns, cobra por seriedade, entrega, disciplina, dentre outras virtudes.
Na direita ele vem na linha de baianos, fuma cigarro, bebe batida de coco ou simplesmente cachaça. É representado por uma tradicional vestimenta (calça branca, sapato branco, terno branco, gravata vermelha e chapéu branco com uma fita vermelha).
Contudo, há outra história que conta que Seu Zé teria nascido no povoado de Bodocó, sertão pernambucano próximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, à qual segundo o próprio Zé Pilintra quando manifestado numa mesa de catimbó, foi batizada com este nome em sua homenagem, já que sua família era daquela regiã
o antes mesmo de se tornar cidade. Fugindo da terrível seca de meados do século passado que abatia todo o sertão, a família do então “José dos Santos” rumou para a Capital Recife em busca de uma vida melhor, mas o destino lhe pregou uma preça que culminou com a morte da mãe, antes mesmo que o menino Zé completasse 3 anos. Logo em seguida, morreria seu pai de tuberculose.
José então ficou orfão e teve que enfrentar o mundo juntamente com seus sete irmãos menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-lhe respeito no meio da malandragem. Conta-se que, certa vez, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar cinco policiais numa briga no cabará da Jovelina, no bairro de Casa Amarela. Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-lhe o nariz e parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles o atingiu. Diziam que ele tinha o corpo fechado. Antes que chegassem reforços, Zezinho já tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote e família. Em decorrência deste episódio, Zezinho ganhou o apelido de Zé Pilintra Valentão, nome esse dado pelos próprios soldados da polícia pernambucana. Pilintra significa pilantra, malandro, janota etc. Assim, entre trancos e barrancos, Seu Zé consegue fazer fama na cidade de Recife e criar seus irmãos até a maior idade.
Quanto a sua morte, autores descordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por uma mulher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, o consenso entre todas essas
hipóteses é de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbatível.
Para Zé Pelintra a morte representou “um momento de transição e de continuidade”, afirma Ligiéro, e passa a ser assim, incorporado à Umbanda e ao Catimbó. Todavia, a principal história que seu Zé Pelintra quer escrever, é a da caridade, tanto aquela que ele dedicou aos seus entes queridos e pares de sangue, como também àqueles em que deveu um auxílio e apoio mútuo quando em vida. É assim que seu Zé Pelintra, hoje ao lado do espírito dos seus irmãos e irmãs em vida, formaram uma bela Falange de malandros de luz, que vêm ajudar aqueles que necessitam.

FAMÍLIA PILINTRA
Além do Zé Pilintra, há espíritos mentores, como ele, também conhecidos como Antônio Pilintra, Maria Pilintra, João Pilintra, Joana Pilintra, Mané Pilintra e Rosa Pilintra. Mas ainda, há suas qualidades de Zé Pilintras viradas na esquerda, que ganham atributos específicos da vida do Seu Zé, como Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navalha, Zé do Morro, e por aí vai. Só vale ressaltar que os Malandros não são exus, embora venham na Linha de Esquerda. Ao contrário dos Exus que estão nas encruzilhadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas e muito mais.

Aqui, gostaria de fazer uma especial contribuição sobre uma Guia, muuuuuito importante na minha vida mediúnica. A baiana que eu trabalho desde o meu primeiro dia de Filha de Santo, na Umbanda, Sra. JOANA PILINTRA! Trabalho com ela há 5 anos e desde então, aprendi muito com suas histórias. Em vida, foi mãe de 3 filhos. Trabalhou nas louvas de Milho enquanto o marido foi tentar a sorte no ciclo da borracha, nos seringais. Ela sempre se intitula devota de Nossa Senhora da Glória. Solitária mas muito bonachona, penso na Joana quando penso naquelas mulheres de avental, saia, blusa de campanha e lenço na cabeça. Mulher da Lida!! Mão calejada do trabalho da roça e de casa. Mas, a noite, depois do banho, era Senhora Vaidosa. Sempre em seus vestidos de tecidos muito simples mas rendeiros, Joana só se dedicava, ora aos filhos, ora a comunidade. ‘Rezedeira’, como ela mesma diz, era daquelas que conhecia todo mundo, que era chamada pra ir na casa de todo mundo, mas particularmente na dela, ela não gostava de receber. Dona de uma generosidade sem fim, ao mesmo tempo que ela pode ser carinhosa e cuidadosa, também já a vi dura e rígida. Como mãe que dá a palmatória certa nas horas que tem que dar. Sua fala é comprida… adora uma boa prosa. Mas quando dá pra falar curto e grosso… hummm. Segura! A língua fica maior do que a boca.
Acho que aprendi com ela e com a Família Pilintra esse lado, ri para resistir!!
Dançar, beber e brincar, sem abusar. Porque a vida não é feita só de excessos… é também senhora da moderação. Com eles, percebi quanto dessa luta e dessa gana sou capaz de reinventar, todos os dias, para eu mesma suportar as peripécias que esse mundo dá. E, ao mesmo tempo, fazer da aflição do outro, um motivo de se motivar e prosseguir, como quem trilha sua própria tristeza e avança. Porque vê no outro e projeta na caridade e generosidade alheia a mesma dedicação e o mesmo esforço que tanto precisa ter e desenvolver na vida para dignar a si mesma.

EXUS E POMBA GIRAS, A VERDADEIRA FACE



Exú e Pomba Gira são entidades de luz (em evolução) com profundo conhecimento das leis magísticas e de todos os caminhos e trilhas do Astral Inferior.






Exús e Pomba Giras, têm uma função especifica junto aos guias, protegendo-nos e levando-nos a possíveis realizações. Com as maneiras alegres, calorosas e compreensivas que apresentam quando manifestadas, essas entidades permitem que nos afinemos melhor com elas, tendo-as como amigas que nos cercam e protegem.




São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente.




Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina.




Os espíritos que chamamos de Exús são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, não mais se pode aceitar Exús e Pomba Giras, com aspectos aterrorizantes, fantasmagóricos ou imorais, pelo contrário.




E aí estão, os médiuns videntes a atestarem a presença desses Exús e Pomba Giras. A existência de determinados tabus, contra os Exús e Pomba Giras, revela apenas, profunda ignorância espiritual: todos querem receber espíritos altamente evoluídos, que se apresentam como médicos famosos ou cientistas importantes; mas muitos se negam a incorporar um espírito de baixa vibração, mesmo que venha no pólo positivo, embora com isso estejam prejudicando a evolução dessas entidades.




As Pomba Giras , se apresentam em trages Multi coloridos, podendo ser Ciganas de porte aristocrático, ou mulheres apenas comuns de porte vulgar. Dançarinas populares de Tabernas, enfim, amando a alegria e a noite.Porque não chamá-las de "Espíritos Eternos das noites Felizes"?










E os Exús? Poderão ser os mais másculos homens, trazendo porém, em seu cavalheirismo, seu modo eloquente de falar, o encanto de conquistadores inconquistáveis. Que na passagem terrena, tenham sido músicos, poetas, pintores, e acima de tudo, Boêmios. Amantes da Liberdade. Tabus e práticas, oriundas de um tempo, em que havia a concepção errônea de que Exú era o Demônio. Que só queria fazer ou trazer o Mal.




Os médiuns que trabalhavam com Exús, eram considerados perigosos, e ninguém se atrevia a chegar perto deles ou a desagradá-los, com medo de represálias. Até hoje, apesar de toda a evolução espiritual da Umbanda, ainda encontramos um grande número de centros que não trabalham com Exú, pois ainda aceitam estas idéias errôneas. No entanto, na realidade, Exús e Pomba Giras, são entidades que nos auxiliam, desmanchando e afastando os trabalhos realizados pelos quiumbas. Entidades que, em geral, não revelam sua antiga identidade por razões espirituais, pela oportunidade de evoluírem mais rapidamente.